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2012 - Livro Vermelho 2013

Richardia humistrata (Cham. & Schltdl.) Steud. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 12-06-2012

Criterio:

Avaliador:

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie herbácea de ampla distribuição por áreas campestres de altitude no Brasil.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Richardia humistrata (Cham. & Schltdl.) Steud.;

Família: Rubiaceae

Sinônimos:

  • > Richardia haenkeana ;
  • > Richardsonia haenkeana ;
  • > Richardsonia humistrata ;
  • > Schiedea mexicana ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Nom. Bot. ed.2. 459. 1841.

Dados populacionais

Em levantamento fitossociológico de um campo limpo, no Estado do Rio Grande do Sul, foram amostrados 11 indivíduos em uma área total de 16 parcelas de 50m² (Boldrini; Miotto, 1987).

Distribuição

Não endêmica da flora brasileira; ocorre nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Cabral; Salas, 2012); até 1400m de altitude (Bacigalupo; Cabral, 2007).

Ecologia

Caracteriza-se por ervas, terrícolas ou rupícolas (Cabral; Salas, 2012); perenes, cespitosas (Bacigalupo; Cabral, 2007); floresce de Outubro a Março (Lewis; Oliver, 1974).

Ameaças

1.1.4 Livestock
Detalhes Asregiões de campo da Serra do Sudeste do Estado do Rio Grande do Sul, pela poucaprofundidade do solo, não permite o desenvolvimento de uma agricultura pujantee economicamente rentável. A principal atividade geradora de renda é abovinocultura e a ovinocultura. A limpeza das áreas de campo é freqüente naregião, como o uso do fogo e do corte de plantas arbustivas. Tais práticas são,segundo produtores locais seculares, servem paraconter o avanço da vegetação arbustiva e arbórea sobre o campo, e servem para destruir a palha seca e permitir a produção de novosbrotos, apreciados pelo gado. Aprática do fogo também é adotada em outras regiões do estado, como na DepressãoCentral (Caporal, 2006).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Adegradação do solo e dos ecossistemas nativos e a dispersão de espéciesexóticas são as maiores e mais amplas ameaças à biodiversidade. A partir de ummanejo deficiente do solo, a erosão pode ser alta: em plantios convencionais desoja, a perda da camada superficial do solo é, em média, de 25ton/ha/ano.Aproximadamente 45.000km2 do Cerrado correspondem a áreas abandonadas, onde aerosão pode ser tão elevada quanto a perda de 130ton/ha/ano. O amplo uso degramíneas africanas para a formação de pastagens é prejudicial àbiodiversidade, aos ciclos de queimadas e à capacidade produtiva dosecossistemas. Para a formação das pastagens, os cerrados são inicialmentelimpos e queimados e, então, semeados com gramíneas africanas, como Andropogongayanus Kunth., Brachiaria brizantha (Hochst. ex. A. Rich) Stapf, B. decumbens Stapf, Hyparrhenia rufa (Nees) Stapf eMelinis minutiflora Beauv. (molassa ou capim-gordura). Metade das pastagensplantadas (cerca de 250.000km2 - uma área equivalente ao estado de São Paulo)está degradada e sustenta poucas cabeças de gado em virtude da reduzidacobertura de plantas, invasão de espécies não palatáveis e cupinzeiros (Klink; Machado, 2005).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes AMata Atlântica já perdeu mais de 93% de sua área e menos de 100.000km² de vegetação remanesce.Algumas áreas de endemismo, agora possuem menos de 5% de sua floresta original. Dez porcento da cobertura florestal remanescentefoi perdida entre 1989 e 2000 apenas, apesar de investimentos consideráveis emvigilância e proteção. Antes cobrindo áreasenormes, as florestas remanescentes foram reduzidas a vários arquipélagos defragmentos florestais muito pequenos, bastante separados entre si. As matas do nordeste já estavam em grande parte devastadas (criaçãode gado e exploração de madeira mandada para a Europa) no século XVI. As causas imediatasda perda de habitat: a sobrexplotação dos recursos florestais por populaçõeshumanas (madeira, frutos, lenha, caça) e a exploração da terra para uso humano(pastos, agricultura e silvicultura). Subsídios do governo brasileiroaceleraram a expansão da agricultura e estimularam a superprodução agrícola(açúcar, café e soja). A derrubada deflorestas foi especialmente severa nas últimas três décadas; 11.650km2 deflorestas foram perdidos nos últimos 15 anos (284 km² por dia). Em adição à incessante perda dehábitat, as matas remanescentes continuam a ser degradadas pela extração delenha, exploração madeireira ilegal, coleta de plantas e produtos vegetais einvasão por espécies exóticas (Tabarelli et al., 2005).

1.1.4 Livestock
Detalhes Osecossistemas de pastagem natural encontram-se em processo de permanentedegradação em todo o mundo, em decorrência do superpastejo, da utilizaçãoexcessiva do fogo ou simplesmente pela substituição por lavouras. No Rio Grandedo Sul, em 1942, esta formação vegetal ocupava cerca de 46,26% do território,enquanto atualmente ocupa cerca de 10,5 milhões de hectares, ou seja, 37% doterritório, apesar de seu valor econômico, por constituir a principal fonte de alimentação para o rebanho bovino e ovino do estado, e doseu valor ecológico, dada a extraordinária diversidade de espécies (Maia et al., 2003).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: Considerada Presumivelmente Extinta (EX) pela Lista vermelha da flora de São Paulo (SMA-SP, 2004).

Referências

- CABRAL, E.; SALAS, R. Richardia humistrata in Richardia (Rubiaceae) in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB014237>.

- LEWIS, W.H.; OLIVER, R.L. Revision of Richardia (Rubiaceae)., Brittonia, v.26, p.271-301, 1974.

- REMPEL, C.; STROHSCHOEN, A.A.G.; FREITAS, E.M. ET AL. Influência de fatores físicos (PH e umidade) na abundância de espécie florísticas na área de campo da unidade de conservação "Refúgio da vida silvestre da UFRGS (Revis UFRGS)". , 2007.

- CAPORAL, F.J.M.; BOLDRINI, I.I. Ecologia de um campo manejado na Serra do Sudeste, Canguçu, Rio Grande do Sul, Brasil. Mestrado. Porto Alegre: Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2006.

- KLINK, C.A.; MACHADO, R.B. A conservação do Cerrado Brasileiro., Megadiversidade, p.147-155, 2005.

- TABARELLI, M.; PINTO, L.P.; SILVA, J.M.C.; ET AL. Desafios e oportunidades para a conservação da biodiversidade na Mata Atlântica brasileira., Megadiversidade, p.132-138, 2005.

- MAIA, F.C.; MEDEIROS, R.B.; PILLAR, V.P. ET AL. Composição, riqueza e padrão de variação do banco de sementes do solo em função da vegetação de um ecossistema de pastagem natural., Iheringia, v.58, p.61-80, 2003.

- BOLDRINI, I.I.; MIOTTO, S.T.S. Levantamento fitossociológico de um campo limpo da estação experimental agronômica, UFRGS, Guaíba, RS - 1° etapa., Acta Botanica Brasilica, p.49-56, 1987.

- BACIGALUPO, N.M.; CABRAL, E.L. Richardia (Rubiaceae). In: MELHEM, T.S.; WANDERLEY, M.G.L.; MARTINS, S.E.; JUNG-MENDAÇOLLI, S.L.; SHEPHERD, G.J.; KIRIZAWA, M. Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo. São Paulo: FAPESP, p.415-418, 2007.

- ZAPPI, D.; BARBOSA, M.R.V.; CALIÓ, M.F. ET AL. Rubiaceae. In: STEHMANN, J.R.; FORZZA, R.C.; SALINO, A. ET AL. Plantas da Floresta Atlântica. p.449-461, 2009.

Como citar

CNCFlora. Richardia humistrata in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Richardia humistrata>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 12/06/2012 - 13:46:48